Monday, April 26, 2010
Viagens na outra Terra - Tânger
Entre o Atlântico e o Mediterrâneo, Marrocos é um país de contrastes. Contrastes geográficos e também contrastes sociais. Maioritariamente muçulmano e árabe, Marrocos é considerado um país relativamente tolerante, embora assolado por algumas questões de difícil gestão política, como por exemplo a questão da guerrilha Polisário.
Tânger é considerada uma das cidades mais desenvolvidas de Marrocos. Outrora portuguesa, esta cidade de quase 700.000 mil habitantes situa-se na orla costeira do país virada para o Mediterrâneo. Cidade turística por excelência onde pululam cidadãos das mais variadas proveniências do Mundo.
A parte antiga da cidade, “turisticamente” conhecida como Medina, é muito semelhante a muitas outras localizadas no lado de cá do Mediterrâneo. Cidades como Granada, Málaga ou mesmo Tarifa, fruto provavelmente da aculturação árabe aquando das invasões muçulmanas no século VIII apresentam a mesma estrutura, ou seja, ruas e ruelas estreitas, com inúmeros locais comerciais. A diferença está na intensidade por parte dos comerciantes. Em Marrocos a pressão sobre os turistas é imensa.
Na minha visita pela cidade de Tânger, neste último fim de semana, tive a oportunidade de constatar várias situações curiosas que enumero:
- a qualidade da comida e forma como é preparada; ia preparado para situações de higiene duvidosa, mas a verdade é a surpresa foi positiva; recomendo o peixe;
- a quantidade de pessoas vendendo material de marca… falso, como é óbvio; todos aqueles que já frequentaram uma feira em Portugal não podem comparar com a enorme quantidade de material contrafeito que se vislumbra pelas ruas de Tânger;
- a quantidade de vezes que tentam vender droga aos turistas; “Queres chocolate?”, perguntam eles;
- a relativa segurança da cidade; evitar situações indesejáveis é sempre o meu objectivo, mas a verdade é que, tirando a pressão suportável dos vendedores ambulantes marroquinos, os cidadãos da cidade de Tânger são de uma extrema simpatia.
كوكا كولا e سفن أب
Wednesday, April 21, 2010
Aeroporto de Gibraltar
É único em todo o mundo. Dizem. Tem mais ou menos cerca de três voos diários de companhias regulares e mais alguns jactos privados.
Situa-se, imagine-se, a 500 metros do centro da cidade. A sua pista de aterragem confunde-se com a estrada de acesso ao centro. Não é todos os dias que se atravessa uma pista de aeroporto. No caso dos habitantes e trabalhadores de Gibraltar é. Pelo menos duas vezes por dia.
Qual é o “procedimento” utilizado pelas autoridades policiais? Dez a quinze minutos antes de um avião aterrar o acesso à pista é cortado. O trânsito é controlado. Assim que o avião faz a aterragem e fica imobilizado todos podemos atravessar e seguir com as nossas vidas. Custa a acreditar mas tudo isto é feito num prazo máximo de 15 a 20 minutos. Por vezes até menos. E nunca ninguém se sentiu inseguro.
Ao principio estranha e fascina. Mas depois entranha-se e habituamo-nos.
Link para o site oficial do Aeroporto de Gibraltar:
http://www.gibnet.com/airport/index.htm
Monday, April 19, 2010
Gross-Rosen (Polónia)
Nos últimos tempos tive a oportunidade de visitar um antigo campo de concentração construído pelos alemães em território polaco.
O campo de concentração de Gross-Rosen, está localizado na Baixa Silésia, na cidade de Rogoźnica a apenas poucas dezenas de quilómetros da cidade de Wroclaw. De facto, tal como em todas as zonas mais rurais da Polónia a viagem até este campo de concentração é feita por estradas em más condições e o mesmo fica localizado no fim do mundo.
Construído em 1940 inicialmente com campo satélite de outro campo de concentração mais antigo denominado Sachsenhausen, tornou-se independente em 1941. É conhecido como um dos piores campos de concentração tendo em conta a elevada taxa de mortalidade. Mais de 125 000 prisioneiros passaram por este campo. O número de vítimas aproxima-se das 40 000.
Já no final da II Guerra Mundial iniciou-se o projecto de alargamento que iria permitir a transferência de prisioneiros de Auschwitz para Gross-Rosen.
As imagens são de facto impressionantes embora grande parte das infra-estruturas estejam já destruídas.
O campo de concentração de Gross-Rosen, está localizado na Baixa Silésia, na cidade de Rogoźnica a apenas poucas dezenas de quilómetros da cidade de Wroclaw. De facto, tal como em todas as zonas mais rurais da Polónia a viagem até este campo de concentração é feita por estradas em más condições e o mesmo fica localizado no fim do mundo.
Construído em 1940 inicialmente com campo satélite de outro campo de concentração mais antigo denominado Sachsenhausen, tornou-se independente em 1941. É conhecido como um dos piores campos de concentração tendo em conta a elevada taxa de mortalidade. Mais de 125 000 prisioneiros passaram por este campo. O número de vítimas aproxima-se das 40 000.
Já no final da II Guerra Mundial iniciou-se o projecto de alargamento que iria permitir a transferência de prisioneiros de Auschwitz para Gross-Rosen.
As imagens são de facto impressionantes embora grande parte das infra-estruturas estejam já destruídas.
Sunday, April 18, 2010
Smolensk i Katyn
Por razões pessoais tenho acompanhado as notícias do falecimento do Presidente polaco Lech Kaczyński. De facto os acontecimentos do último sábado foram uma tragédia, não só pelo facto de terem morrido 97 pessoas, o que em si, é já algo que todos devemos lamentar, mas também por toda a carga simbólica daquela viagem com destino à Rússia feita pelos mais importantes líderes da nação polaca.
Tratava-se da celebração dos 70 anos da tragédia de Katyn, massacre de inúmeros soldados polacos, altas patentes, perpetrado pelos soviéticos. Poderá encontrar mais informações no seguinte link:
http://en.wikipedia.org/wiki/Katyn_massacre
Os primeiros dias foram de enorme choque para todos os polacos. Relembro aqueles primeiros dias onde todos, fosse qual fosse a cor política, os ideais ou preferências, se juntaram na dor partilhada pela família das vítimas.
Contudo os dias passaram e a polémica chegou. E qual é a polémica? O local onde vai ser enterrado o Presidente polaco. Hoje realiza-se o funeral no castelo Wawel, em Cracóvia, última morada dos mais importantes líderes históricos polacos. Parece que a grande maioria dos polacos, apesar do terrível acidente, não reconhece em Kaczyński o mérito ara ocupar este castelo como última morada.
Fica a pergunta: o que acontecerá se se descobrir que foi responsabilidade do Presidente a aterragem forçada no aeroporto de Smolensk perante condições tão adversas? Qual será a reacção da população polaca?
Parece que devido à interrupção da grande maioria dos voos no espaço aéreo europeu os líderes das mais importantes nações não vão poder deslocar-se ao funeral. No caso português, o país iria ser representado pelo Ministro dos Negócios Estrangeiros. Só se compreende a não-presença de Cavaco Silva no funeral (uma vez que líderes como (Obama, Medveded, Merkel, Zapatero iriam estar presentes) devido, provavelmente, a uma infrutífera negociação diplomática. Sim, porque até nos funerais de Estado existem este tipo de negociações. Uma espécie de escolha de cadeiras.
Friday, April 16, 2010
Thursday, April 01, 2010
Viagens na Outra Terra – Madrid
Madrid. A capital de Espanha é uma cidade imponente. E tem a sua beleza. Não a podemos comparar com Barcelona. Ou Roma, se quisermos fazer uma comparação com uma capital. É uma cidade de negócios. Moderna. Mas cheia de energia. Culturalmente é uma cidade interessante. Enche as medidas a qualquer turista. Aconselho os dois museus que visitei: o Museo del Prado e o Museo Reyna Sofia. Ambos ostentam uma colecção esplendorosa.
E que tal “Madrid by night”? Esperava mais gente. De facto a Gran Via é uma avenida repleta de pessoas. E a noite não as afasta. Antes pelo contrário. Os neons das lojas, cinemas, restaurantes e bares apelam ao sentido consumista do ser humano.
Uma cidade a visitar. Mais do que uma vez.
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